Uma nova espécie de mini sapo do gênero Brachycephalus foi descoberta no Morro Santo Anjo, em Massaranduba, no norte de Santa Catarina. Batizado de Brachycephalus mirissimus, o animal foi oficialmente descrito em um artigo veiculado no início deste mês na publicação científica internacional PeerJ. Ele havia sido visto pela primeira vez em janeiro de 2018, mas, para a comunidade científica, sua existência é legitimada com a publicação do artigo científico que o reconhece, o que ocorreu em 3 de outubro.
Com um tamanho que varia de 10 a 13 milímetros (algo aproximado ao tamanho de uma unha) e menor quantidade de dedos que os demais anfíbios, o Brachycephalus mirissimus chama atenção por sua coloração. Com um forte tom alaranjado, o corpo na porção dorsal traz uma listra branca e uma mancha branca arredondada na cabeça, uma das diferenças em relação a outras espécies de mini sapo também identificadas ao longo do projeto.
O pequeno animal encontra-se no grupo dos menores vertebrados do mundo. Essa característica deve-se a um processo evolutivo chamado miniaturização, o que dá à espécie uma vantagem estratégica para sobreviver às condições da montanha.
— Além disso, por viverem em lugares íngremes e úmidos, mas sem a presença de grande quantidade de água, durante o processo evolutivo, esses sapinhos da montanha também adquiriram outra característica própria: eles não passam pela fase de girino — relata Luiz Fernando Ribeiro, pesquisador do Mater Natura e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR, um dos descobridores da nova espécie.
Espécie foi encontrada em área de montanha
Localizada em uma densa porção de Mata Atlântica, a nova espécie foi encontrada apenas em uma montanha da região e com baixa densidade populacional.
— Os dados obtidos durante a pesquisa, assim como a perda de área no local para o plantio de pinus e eucaliptos, são preocupantes para a conservação da espécie — ressalta Marcos Bornschein, pesquisador do Mater Natura e professor da Universidade Estadual Paulista, Campus do Litoral, primeiro a encontrar a nova espécie.
No total 15 espécies de mini sapos foram descobertas pelo projeto ao longo de cinco anos. Segundo Emerson Antônio de Oliveira, coordenador de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, descobertas como essa reafirmam a importância da conservação da natureza para a manutenção das espécies.
— Atualmente a Mata Atlântica conta com menos de 8% da sua cobertura original. Cada descoberta é um passo a mais para defendermos a conservação da biodiversidade para que essas espécies não desapareçam — destaca.
Conteúdo: anoticia.clicrbs.com.br
Via: www.lugaresperfeitos.com.br
Imagem destacada: Luiz Fernando Ribeiro