O recuo do mar por conta da maré baixa deixou à mostra em Florianópolis os destroços do navio Guarará, que afundou há 63 anos. A embarcação está a mais de 100 metros da areia da praia do Pântano do Sul, no Sul da Ilha.
A região litorânea de Santa Catarina começou a registrar maré seca nesta quinta. Com isso, em diversas cidades, a faixa de areia se estendeu, e barcos que antes ficavam na água estão agora em área seca. O fenômeno deve seguir até sábado (26), conforme a Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições climáticas do estado. O meteorologista Leandro Puchalski enfatizou que a maré baixa não está relacionada a tsunamis.
Naufrágio fica a mostra em Florianópolis
Em Balneário Rincão, no Sul do estado, o mar chegou a recuar 30 metros , segundo pescadores. A maré baixa também atinge os rios, o que impede de levar os barcos para o mar. “50 anos que eu tenho de idade, eu nunca vi uma maré assim tão baixa nos nossos rios”, afirmou o pescador Rogério Cardoso.
Maré astronômica e meteorológica
O que faz a água subir e baixar todo dia é a atração gravitacional que os astros, especialmente o sol e a lua, exercem sobre os oceanos do planeta. Esse fenômeno é conhecido como maré astronômica, que está em seu ponto máximo em Santa Catarina. O forte recuo do mar, que já ocorreu neste mês e está voltando agora, ainda está relacionado a outro fenômeno.
“O que explica esse recuo acentuado é o que a gente chama de maré meteorológica. É a ação do vento sobre a superfície do mar, que retira toda essa água da costa e leva para a região oceânica. São ventos intensos de quadrante nordeste soprando por uma longa extensão do mar. Esse vento gera uma corrente sobre a superfície do mar e essa corrente, em função do movimento de rotação da Terra, retira toda a água para fora na direção oceânica. É por isso que a gente percebe nas praias redução mais acentuada do nível do mar”, explicou o oceanógrafo da Epagri Carlos Eduardo de Araujo.
Segundo ele, a ocorrência de maré baixa no início do mês foi mais acentuada. “A gente vai ver o fenômeno ocorrendo, de forma bastante intensa. Mas não tanto quanto o último evento porque tanto a intensidade quanto a extensão que o vento sopra sobre o oceano são menores do que no último evento”.